História completa
Imagino que como todos dentro de uma perspectiva geral não tive uma fácil caminhada.
Dentro desse assunto, vou tratar esse texto como se fosse um familiar, quero que conheçam quem eu sou, quero que saibam da minha história, de onde eu vim, das dificuldades que passei, quero que leiam o nome Okitto e se inspirem no que irão ler aqui para que nunca achem que algo é impossível, estou correndo atrás do meu sonho e nada vai me parar!
Quero que seja dessa exata forma com todos que tenham um sonho. Não só no mundo da música, mas sim qualquer sonho desacreditado possivelmente alcançável!
Lembrando que vai ser a minha história do zero, cada lembrança minha vai estar prescrita aqui!
Começo
Minha primeira lembrança é de quando meus pais ainda estavam juntos na “Casa antiga” (Domingo Silva) como é chamada hoje, é uma memória muito vaga e borrada, preenchida pelo o pouco que me contaram.
Era de noite e eu tinha aproximadamente 3 anos, antes de dormir eu, minha mãe e meu pai estávamos assistindo Batman o cavaleiro das Trevas, aquele que começa com o assalto ao banco, que os cara de máscara desce o rapel e tudo mais, fomos dormir sem nada anormal, um dia rotineiro, de madrugada eu vou à janela e fico paralisado ao ver uma mulher de branco murmurando no meu ouvido, minha mãe percebe que eu estava estranho e começa a falar comigo, eu apenas respondo “Fala baixo, ela vai nos ouvir”, minha mãe insiste em falar com comigo e eu apenas respondo “Fala baixo se não ela vai nos ouvir”… Se eu não me engano minha mãe pergunta, “Quem?” e eu respondo “A mulher de branco”…
Não lembro exatamente como foram os diálogos, então talvez daqui pra frente eu invente um pouco das falas, mas não vou sair do sentido do acontecimento!
… E ficamos nesse diálogo, minha mãe perguntando quem e eu dizendo apenas “Fala baixo, se não ela vai nos ouvir” e então minha mãe grita ao meu pai, eles tentam ver a tal mulher pela janela mas apenas eu à enxergo e apenas eu à ouço, meu pai me pega no colo e sai pela casa gritando “Glória a Deu, Glória à Deus”, ele pensou em se ajoelhar para orar junto à minha mãe, mas estava bêbado “Eu não gosto da ideia de orar quando estou bêbado”… Então após passar pela casa inteira comigo no colo, gritando Glória à Deus, me deixou com a minha mãe e foi o escritório, Passando à porta perdeu as forças e caiu ao chão, se rastejando pegou o telefone fixo e ligou para o meu avô (Pai da minha mãe), estudioso e com grande conhecimento espiritual…
A partir disso me lembro apenas de quando ele chegou… Logo de cara avistou uma porta de que ninguém nunca tinha visto, abrindo a porta era um lugar onde aparentemente a antiga moradora fazia sacrifícios, depois disso não me lembro de mais nada durante um bom tempo.
Depois desse dia, essa mulher continuou aparecendo durante um bom tempo à noite, dentro dos meus sonhos, me mostrava e murmurava os caminhos que eu deveria seguir.
Tomei um pouco mais de idade e resolvi que não queria que ela ficasse mais por perto, então conversei com esse meu avô, fizemos um oração, conforme os dias se passavam, ela ia ficando cada vez mais distante nos meus pensamentos, mas nas noites em que estava mal, lá estava ela, em pé, à um passo de entrar no quarto, me observando, me protegendo talvez, me guardando? Não sei dizer.
Posso estar completamente errado sobre alguns acontecimentos, mas é oque está mostrado na minha memória.
2° Memória
Me lembro de estar no nosso primeiro apartamento na Mercedes Lopes, eu estava no meu quarto e ouvi meus pais gritando (não tenho a certeza se ainda era o meu pai ou se era um “amigo” da minha mãe).
Então cheguei mais perto para ouvir, não me lembro oque estavam falando, mas estavam brigando como dois selvagens podres que não sabem como se acalmar, minha mãe viu que eu estava me esgueirando para ouvir a conversa…
Após isso me lembro de estarmos lá em baixo, na frente do carro do meu pai, um Peugeot Prata, os dois calmos, meu pai fumando um cigarro, os dois conversando sobre alguma coisa… Eu lembro de estar me sentindo muito triste. Minha mãe pede um cigarro, ascende e então eu pergunto “porque você tá fumando mãe?” ela me responde logo em seguida “Eu não sei” e joga o cigarro fora ainda inteiro, e então ela vira as costas e diz “vamos filho” e segue em direção à portaria, eu a sigo e tudo fica preto novamente para a próxima memória…
3° Memória
Estava eu na minha primeira escola “Leãozinho” como nomeamos, foi então que comecei a ter amigos imaginários, ou não tão imaginários assim, “Victor Nhamebeigham” me acompanhava onde eu fosse, até hoje eu não sei se ele é real ou apenas uma persona que eu criei para me tirar da solidão, eu sempre falava dele para a minha mãe mas ela sempre me dizia que nunca tinha ouvido falar…
Isso acontece ainda quando estávamos na “Casa velha” Mas estou seguindo a sequência das minhas memórias.
Então, nesse dia era dia da fantasia, não sei se por causa de alguma data comemorativa, ou só um dia de fantasia que a escola fazia mesmo…
Estava eu perto do portão, vestido de Batman, quando um menino entra junto da sua mãe, eu fico encantado com a sua presença, “Vitor” chega ao Leãozinho…
Vitor tímido sentado na mesma mesa redonda que eu, brincando com massinha, e eu brincando com meu Batman de brinquedo juntamente com Victor Nhamebeigham decidimos ir falar com Vitor, então apresentei meu boneco do Batman e meu melhor amigo Victor Nhamebeigham…
Me lembro de Vitor ter feito uma expressão confusa e gratificante, ele pegou meu Batman e brincou um pouco, logo após disse que também tinha um amigo imaginário, me lembro de ser “Scorpion” o nome.
Posso estar enganado sobre tudo, mas é oque me lembro
Ele dizia que apenas ele poderia ouvir e ver o Scorpion, então eu comecei a me sentir menos anormal, por ter um amigo idêntico ao amigo dele.
4° Memória
Estávamos eu, Vitor, Davi e Victor Nhamebeigham, Davi dos cabelos castanhos claros e enrolados, sentado ao lado de Lopes, pegou pelos cabelos de Vitor e bateu a cabeça dele na parede, eu sentado à frente me levantei, segurei firme nos cabelos de Davi, virei o nariz dele contra a parede e bati com toda a minha força contra a parede, acredito que 4 ou 6 vezes, nariz de Davi começou a sangrar e a diretora me puxou para a sala da coordenação gritando comigo “porquê você fez isso?”
Eu encantado com seus cabelos lisos e castanhos parecidos com os da minha mãe apenas disse “ele bateu no meu amigo, só tentei proteje-lo” ela parece ter entendido e aparentemente não contou nada pros meu pais.
Eu não tenho certeza se isso realmente aconteceu, ou foi algo imaginário, ou um sonho. Apenas me recordo.
5° Memória
Minha nova escola, estava com 4 anos, Infantil 3.
Vitor, Felipe 1, Leonardo, Felipe 2, João, Letícia 1, Gabriela 1, Isabela e Beatriz são os nomes que eu vou conseguir lembrar daquela época…
Estava chegando na quadra, estava atrasado então, avistei no meu primeiro dia de aula Vitor, saio correndo em sua direção, Lembro que eu senti uma felicidade gigantesca ao ver e chegar perto dele,
“Oque você tá fazendo aqui?”.
Professora Silene se não me engano, depois de prestar um pouco de atenção, ficou impressionada ao ver que estudamos na mesma escola e agora estamos juntos novamente na próxima jornada.
Então nos interromperam e pediram para que eu acompanhasse a Bruna, minha professora daquele ano. Acredito que era. Então tudo fica preto novamente…
6° Memória
Acredito que… Primeiro ano do ensino fundamental.
Estava chovendo, corríamos muito igual toda criança, voltando do intervalo Leonardo vinha correndo e escorregou, batendo a cabeça na quina do degrau da sala, foi socorrido imediatamente por todos por perto e levado ao hospital acredito, levou alguns pontos e se não me engano está até hoje com marca na testa…
Depois de alguns dias, meses, ou até anos, não sei dizer…
Vejo Leonardo sozinho no pátio, conversando ao telefone, uma expressão triste e solitária.
Tio Marquinhos pede para eu ir até à sala de aula, mas ele sempre passou um pano pra mim, ele simplesmente me amava de mais…
Então eu peço para o tio esperar um pouco, vou chegando mais perto do Leonardo, lhe interrompo a ligação e lhe dou um abraço, não falamos nada, apenas o abracei e fui em direção à sala de aula.
Mais tarde no mesmo dia, Leonardo não retorna à sala, ainda não éramos muito próximos, a diretora Julmara juntamente com a professora Kátia (Acredito eu que eram essas pessoas).
Dão a notícia de que o Leonardo não estava bem por conta de um acontecido, por isso que ele foi embora mais cedo, disseram para darmos bastante apoio à ele, que ele iria precisar para se recuperar.
Seu pai havia morrido.
7° Memória
Estávamos no parquinho, correndo, brincando, então pulei de um lugar alto, meus dentes atravessaram minha língua, Giuliano me socorreu, um amigo da sala, queriam ligar para os meus pais, eu implorei que não, dizia que o meu pai não iria vir e que a minha mãe estava no trabalho, então me deram gelo para chupar, Isabela, Nicolas, Felipe, Felipe, Leonardo, João, Gabriela e Letícia 1 não saíram do meu lado até que eu melhorasse…
Me faziam rir e sorrir, Leonardo sempre ficava dizendo, “Só eu consigo fazer o Leandro rir”.
E fazia alguma palhaçada para tentar me fazer dar risada
8° Memória
Mais um dia no parquinho, estava correndo, brincávamos eu, Felipe, Letícia, Gabriela e Isabela de pega pega, então em cima do brinquedo eu avisto Letícia 1, dizendo que era uma sereia, então eu dizia que ela nunca iria conseguir me pegar porque eu era um vampiro, ela discordava plenamente e dava para perceber em seu olhar que ela realmente acreditava que sereias eram mais fortes que vampiros…
Nunca deve ter assistido crepúsculo coitada.
9° Memória
Parquinho novamente, mesmo ano…
Estávamos eu, Nicolas e Isabela, em um brinquedo, estávamos brincando de alguma coisa estranha, a Isa perguntou para o Nicolas “dúvida eu dar um selinho nele?”, então ela veio e me deu um selinho, isso ocorreu umas três vezes seguidas… lembro dela morrendo de gargalhar e eu não entendendo nada. Preto novamente…
10° Memória
Sexto ano, acredito que 10 anos…
Estava na casa do meu pai, deitado na cama, ele jogando Call Of Duty, eu tinha acabado de acordar de madrugada e voltei a dormir…
De manhã, ele me ensinou uma “receita” que eu faço até hoje com a minha mulher, esquenta o leite, coloca na xícara ou potinho e joga a quantidade que você quiser de Farinha Láctea, (Mingau de farinha láctea)
Essa foi uma das minhas memórias mais felizes até hoje… Nós jogando e comendo besteira, miojo crú era a nossa principal refeição para dar um pause nos jogos.
Não por preguiça, mas porque adorávamos mesmo.
E minha vó dizia que isso fazia um mal, que se soubéssemos, nunca mais iríamos comer miojo cru.
E era sempre assim, eu nunca queria ir pra lá, queria sempre ficar com a minha mãe, não queria deixar a minha mãe sozinha com um lunático de jeito nenhum, eu esperneava para não ir, inventava milhões de desculpas, dizia que eu não gostava de ficar lá, dizia que eu ficava entediado lá, e muitas outras coisas.
Não porque eu não queria ir, mas porque a vontade de ficar e sentir que eu estava protegendo ela.
Mas assim que eu entrava no carro do meu pai, eu sentia que uma bigorna saia das minhas costas, eu sentia uma libertação, mas apenas da minha parte, eu nunca pensei em mim mesmo, no meu bem estar.
Então meu pai sempre reparava que eu estava estranho, desconfortável, incomodado, ele sempre reparou que tinha alguma coisa errada.
E eu sempre dizia que eu só não queria deixar a minha mãe sozinha, lembro de algumas vezes ele me responder, “Mas ela não tá sozinha, seu padrasto tá lá.”
Então eu apenas ficava quieto, porque era exatamente esse o problema, eu só não queria dizer.
Quando eu ia pra lá, era tudo maravilhoso, a gente jogava, conversava, assistia filme, até que a bebida começava a entrar, nada nunca era descontado em mim, mas sempre tinham brigas na família, e eu nunca tive alguém para conversar.
Meu padrasto dizia para não contar nada que acontecia em casa pra ninguém, e meu pai dizia que não era para contar nada que acontecia na casa dele pra ninguém.
Então eu não podia falar nada que acontecia na minha vida pra ninguém.
As vezes que eu tentei, virou um caos, meu pai quase espancou meu padrasto e meu padrasto claro que descontava toda a podridão, todos os vermes sangue sugas que ele tinha enfiado no cu em cima de mim.
E minha mãe, cega pelo amor, claro que apoiava ele.
11° Memória
Sexto ano, sala de aula…
Todos os meus amigos no fundo da sala, eu sentado em uma cadeira bem no meio, de cabeça baixa, professor Samuel de matemática chama a minha atenção para eu prestar atenção na aula, eu faço oque tenho que fazer, mostro pra ele, volto pra minha cadeira e começo a dormir de novo na minha cadeira.
Foi então que minhas notas começaram a baixar, e a pressão à aumentar, cada vez mais problemas em casa, cada vez mais sozinho, cada mais sem poder dizer à ninguém oque estava acontecendo.
Comecei a enfrentar meu padrasto, e ele me comparava ao meu pai, dizendo que meu pai era um merda, um alcoólatra, um covarde, um banana, um lixo…
Então foi quando eu comecei a procurar minha mãe, e percebia que ela não estava feliz.
E ele dizia coisas do tipo, a gente não transa mais e coisas que não merecem serem citadas aqui.
de mês em mês era um castigo diferente que ele impunha à mim, sem celular, sem computador, sem sair, não era coisa de 1 semana, tiveram castigos que eu fiquei 2 meses sem poder sair de casa para lugar nenhum.
E eu não podia contar pra ninguém, se não quem ia sofrer as consequências era eu.
Até que um dia eu pego o telefone fixo do apartamento, e ligo pro meu pai, 2 meses de castigo sem poder sair, sem celular, sem televisão, sem computador, eu esqueci de levar o lixo quando tava acabando o castigo e advinha oque aconteceu?
Mais 2 meses sem poder sair, sem poder usar o celular, sem televisão, sem computador, sem nada, era ir pra escola, voltar e ficar na cama porque eu não é que não tinha nada pra fazer, eu não poderia fazer nada se não o castigo era estendido.
Então eu fiz a ligação… “Socorro pai, vem me buscar por favor, eu prefiro morar de baixo da ponte doque morar com o Eduardo”
Achavam que eu não sabia o poder dessas palavras, mas eu estava dizendo exatamente oque eu estava sentindo.
Então eu disse… “Morar de baixo da ponte é a mesma coisa que morar com ele”
Não lembro como foi o desfecho da conversa, mas pouco tempo depois dessa ligação, ouço ele gritando no hall do andar, com a minha mãe “Não acredito que esse muleke fez isso.”
“Não tô acreditando que ele fez isso.”
“Calma amor, fica calmo” – Minha mãe dizia.
E eu corri pro quarto, ao qual ele tinha tirado a fechadura da porta para eu não trancar.
Eles entram e ele grita “Leandro vem aqui”
Eu fico quieto.
E então ele grita “Vem aqui agora Leandro”
Chegando à sala eu fico de pé só ouvindo
“A gente faz tudo por você, a gente te da uma casa, a gente te da comida, a gente dá tudo que você quer, eu já não tinha falado que não era para contar nada que acontece aqui dentro pro seu pai?”
Eu sabia que ele morria de medo do meu pai, porque ele é tenebroso mesmo.
Eu confrontei “Vocês fazem tudo?”
“Você prefere morar de baixo da ponte doque morar comigo?”
“Então sai, a porta ta destrancada”
Ele não achou que eu iria sair, então eu olho pra minha mãe, e ela tá quieta de novo, sem fazer nada, sem falar nada, só de pé ouvindo e concordando com cada palavra que ele fala.
Então vou pro quarto, ninguém fala mais nada.
Eu junto as minhas coisas, e vou em direção à porta.
Eles perguntam “Oque você tá fazendo?”
“Ué, vocês não disseram que a porta está aberta? Tô indo embora, vou morar com o meu pai”
Minha mãe me chamou e eu não lembro mais do resto. Vira tudo um apagão.
Até que meu pai fica tentando me ligar, mas como eu tô de castigo, o celular está desligado em cima da cômoda da minha mãe.
Só chama…
O interfone toca, é ele lá embaixo chamando o meu padrasto para descer.
Esse foi um dos dias mais felizes da minha vida, só o fato de eu ter a esperança de que o meu padrasto seria homem uma vez na vida e fosse descer, para engolir a pílula que ele merecia.
Mas não, foi melhor que isso, ele me deu uma mão cheia de cartas curingas…
Ele ficou gritando, desesperado no apartamento, morrendo de medo, igual uma barata sendo sufocada por veneno, igual um verme sendo queimado com sal.
Ele implorou para que eu ligasse pro meu pai dizendo que estava tudo bem, que meu celular estava sem bateria, e um monte de merda.
Eu disse que não, porque a única que ele me ensinou era não mentir e seria uma mentira.
Não me lembro do resto, acho que eu fui dormir, tinha aula amanhã.
12° Memória
Não lembro época, mas me apaixono pela Gabriela…
Resumindo tudo, começamos a namorar, viajamos juntos, apresentei para a minha família por parte de mãe, conheci a família inteira dela, muitas histórias que não vêm ao caso, ela se apaixona por outra pessoa, eu dou uma flor de presente pra ela, ela recusa, eu volto chorando pra casa, ela vai morar no Japão e acabou o sonho.
13° Memória
Eu conheço uma menina Chamada Manuela, muitas histórias que não vêm ao caso, eu fico apaixonado, ela não liga nem um pouco pra mim e vai morar nos EUA, e acabou o sonho.
14° Memória
Eu, meu pai, minha primeira madrasta e meu primeiro meio irmão…
Fomos viajar para um sítio de um amigo de muito tempo do meu pai.
Eu conheço uma menina, Letícia 2, conversamos, conversamos e conversamos, trocamos número.
Fizemos muitas coisas na viajem, coisas que não têm como serem esquecidas, passeios e mais passeios…
Estávamos apaixonados, fomos expulsos, então voltamos pra casa, continuei conversando com essa menina, ficamos juntos durante dois anos, ou mais, já não me lembro mais.
Na quela época, eu viveria uma vida inteira com ela, a partir do momento em que nos conhecemos até o final de nossas vidas…
Mas coisas ruins sempre acontecem, terminávamos e voltávamos sempre, nunca tivemos uma relação estável, e pra ser sincero, eu não quero saber o porque, hoje dou graças à Deus…
Ela foi estudar na mesma escola que eu, isso só aproximou mais a gente, mas continuávamos do mesmo jeito, indo e voltando.
Então a pandemia chegou, eu entrei em depressão, eu não estava fazendo bem pra ela e então ela decidiu que seria melhor se terminássemos, e então terminamos.
Na época foi muito difícil, mas depois eu entendi o lado dela, ela tinha os problemas dela, e não poderia lidar com os meus também, realmente estava deixando ela mal, eu sentia isso, mas não conseguia controlar dessa parte.
Mas realmente seria algo passageiro, não duraria mais doque durou, mesmo se fosse um relacionamento saudável, éramos muito novos e imaturos com muitos problemas não resolvidos.
No final era mais amizade que relacionamento.
15° Memória
Não vou me aprofundar, mas resumindo, eu era pressionado dia após dia, um dia atrás do outro, sendo sufocado, todos os dias era um vencimento de afogamento, todos os dias eu sentia como se eu devesse matar ele enquanto dormia, todos os dias eu sentia que eu deveria libertar a minha mãe desse caos de alguma forma, não importa qual forma seria, mas eu nunca fiz nada, não por falta de coragem, ou de vontade, mas por falta de apoio, ninguém acreditava em mim quando eu dizia que ele era um merda, ninguém nunca acreditou em mim quando eu dizia que ele era louco, surtado, alucinado, drogado, a verdade é que eu tive que lidar com tudo sozinho e isso fudeo a minha mente, as únicas pessoas que eu poderia contar eram os meus amigos de 12, 13, 14, 15, 16, 17 anos – Durante todos os anos…
Ninguém sabia oque falar pra eu fazer, ninguém ao meu redor nunca tinha passado por nada que eu estava passando, e quem tinha, não me ouvia, não importasse oque eu falasse, e se ouvia, não fazia nada.
Então cada vez mais eu me sentia sozinho, isolado, angustiado, ansioso, eu comecei a sentir tudo e nada ao mesmo tempo, comecei a reprimir tudo que eu sentia, comecei a me afastar de todas as pessoas, todos os amigos, todos os familiares, comecei a me afastar de tudo e de todos, então chegou a pandemia…
Letícia 2 terminou comigo por eu não estar mais fazendo bem à ela por causa de todos os meus problemas…
Tortura psicológica 24hrs por dia
Sozinho
Angustiado
Isolado
Tomando um monte de remédio pra cabeça
Pra mim era o fim
Pra mim nada mais fazia sentido
Nada mais importava
Eu apenas queria acabar com tudo.
Até que uma fagulha se lança ao céu, Pipa chega à família.
Minha mãe me deu uma calopsita, a psicóloga provavelmente disse que seria uma boa por conta das minhas condições, e realmente…
Foi uma das melhores coisas que me ocorreram, ela veio com diarreia, então eu cuidava dela como se fosse uma filha pra mim, eu passava 24 Horas com a Pipa, cuidando, acompanhando, dando amor, dando carinho e tudo que eu nunca recebi eu tentava fazer com que ela sentisse.
Com o tempo ela foi melhorando e ficando linda, começou a voar, cantar, comer tudo normal.
Ela foi oque eu precisava para continuar em frente, foi a minha maior virada de chave.
Dentro de todos os medicamentos, dentro de todos os tratamentos, nada me fez tão bem quando ela para cuidar.
16° Memória
Estou voltando da casa do meu pai no carro dele, ele está bêbado e falando um monte de merda.
Ele diz, “se você quiser se matar eu te ajudo”, “Do que você precisa?”, “Pode falar que eu te ajudo”, “Se você se matar a única coisa que vai acontecer é que você vai pro inferno e nós aqui na terra vamos chorar uma semaninha e já era”…
É disso que eu me lembro, então eu peguei minhas coisas, sai do carro, e fui pra casa.
Chegando em casa, minha mãe estava brigando com o meu padrasto.
Eu segui direto pro quarto e ninguém ao menos tinha percebido que eu havia chegado.
No dia seguinte ele não se lembrava oque tinha falado, minha madrasta tinha contado a ele oque havia acontecido e ele em prantos, chorando, me pediu desculpas e disse que iria parar com a bebida.
Claro que eu aceitei, é meu pai, eu o amo, sempre o amei e sempre entendi que quando a bebida entra na cabeça dele, ele vira outra pessoa.
Depois desse dia, nunca mais tivemos problemas, nunca mais brigamos, ficou como tudo deve ser.
Um pai e filho, claro que não trocávamos mensagem todos os dias e até hoje isso não acontece, mas eu nunca tive tempo para ficar correndo atrás de atenção, então fica por isso, somos pai e filho que se entendem, completamente normal.
17° Memória
12 Anos casa da minha vó por parte de pai – sala
Estou na sala assistindo novela com a minha vó.
Ela cai no sono e eu pego um cigarro do seu maço, vou ao banheiro e fumo.
A partir desse dia, isso se tornou rotina.
De dia eu esperava minha vó dormir para pegar alguns cigarros dela e de noite eu esperava todo mundo dormir para pegar alguns cigarros dela ou do meu pai…
Eu comecei a esconder alguns maços em cima do armário do quarto do meu pai, de noite enquanto ele dormia, eu subia, pegava um cigarro do maço, ia ao banheiro e fumava.
Isso durou 2 anos, até que meu pai pegou meu celular e viu um vídeo meu fumado um baseado de maconha no banheiro da vó.
Ele me pegou pela gola da camisa e por pouco não me espancou.
Meu tio Vitório estava lá e me chamou para conversar, me disse que não era o caminho e que se eu precisasse eu estava lá, me passou o número dele para qualquer coisa.
Eu me sentia sozinho, nunca acreditei em ninguém, nunca confiei em ninguém, nunca quis me aproximar de mais ninguém.
18° Memória
Roubei maconha do meu padrasto no aniversário de 6 anos de casamento deles.
Eu sabia a senha do cofre onde ele guardava toda a maconha dele, nesse dia eu abri o cofre, peguei algumas flores de maconha e metade do prensado que tava lá, coloquei tudo em baseado só, enrolei e fumei tudo de uma vez só.
Eles nem tinham chegado no Motel ainda e eu liguei falando que ia morrer.
Eu não estava sentindo que ia morrer, eu ia me suicidar, e confiei isso à eles.
Eles voltaram correndo, tinha polícia na porta, porque eu acionei o alarme sem querer, como eu tava com som alto, não ouvi o alarme disparando…
Enquanto o meu padrasto me dava uma surra e eu ignorava completamente qualquer dor, qualquer sentimento, qualquer pensamento, qualquer coisa que passava na minha mente, eu não conseguia deixar de lado apenas uma coisa, só uma coisa…
Posso estar completamente errado sobre alguns fatos citados, mas é oque está na minha memória, estou apenas repassando.
19° Memória
Estava eu aquela noite, olhando pra minha mãe me observando tomar uma surra pelo meu padrasto, e enquanto todas aquelas cintadas eu pensava…
“Porque você você tá ai parada, você nunca encostou a mão em mim, você nunca fez nada que prejudicasse a minha integridade física, e agora você vai ficar ai me olhando, depois de tudo que ele já nos fez passar, me agredindo dessa forma, você nunca se mostrou uma mãe ruim, dentro de todas às dificuldades segundo você é “eu e você sempre”, você vai ficar me olhando? Oque mais eu preciso fazer pra você entender que ele é um merda e que eu ainda só não matei ele por respeito à você?”
Então eu digo durante a surra que eu tô tomando, imóvel, de pé, só aceitando o Demônio me chibatar…
“É sério isso mãe? Você vai deixar ele fazer isso?” Então ela diz percebendo que eu não estou sentindo nada “Para amor”… Sim, ela ainda disse “amor”.
Depois disso eu apaguei e não me lembro de mais nada daquela noite, só eu arrumando a casa inteira.
Posso estar completamente errado sobre alguns fatos citados, mas é oque está na minha memória, estou apenas repassando.
20° Memória
Estamos nos mudando, minha mãe largou o meu Ex Padrasto e fizemos a mudança de um dia pro outro…
(Isso demorou mais de 2 anos depois da última memória)
21 ° Memória
Voltando no tempo… Letícia 3.
Antes da pandemia, comecei a me aproximar da Letícia 3, no nono ano pra ser exato…
Antes mesmo de eu e Letícia 2 ficamos juntos.
Primeira vez que eu à vi, foi no ensino fundamental, Gabriela 1 nos apresentou…
E lá estava ela, segurando uma garrafinha d’água com desenhos de sapinhos verdes.
Depois desse dia, nunca mais reparei na sua presença…
Até um certo dia na sala de aula quando ela se sentou à minha frente, como era mapa de sala, ficamos nessas carteiras o ano inteiro e eu tive a oportunidade de conhece-la melhor…
22° Memória
9° ano
Pessoas – Eduarda, Leonardo, Otavio, Letícia 1, Mariana, Maria, André, Victor, Diego, Kaique, Pedro, Gustavo, Giovana e Henrique. Letícia 3. E outros.
Não vou conseguir citar todos, mas é aqui que as coisas realmente começam.
Vou contar as histórias que realmente importam. Às desprezíveis ou insignificantes vão ficar para trás,
Dentro de todos, quem se destacou na minha mente foi a Letícia 3.
Diferente, entusiasta, engraçada, charmosa, bonita, madura e o principal corajosa… Muito corajosa.
Éramos principalmente eu, Eduarda, Giovana, Henrique e Letícia 3.
Posso estar enganado sobre as datas e pessoas, mas no geral é daqui pra frente!
Conforme fomos nos conhecendo, fui ficando cada vez mais encantado pela Letícia 3, queria cada vez mais conhecer e me aproximar dela, com o tempo, fomos nos interessando um pelo outro, começamos a ficar, ele me apresentou pra família dela e eu apresentei ela para a minha família, por parte de mãe.
Então eu pedi ela em namoro com aliança e tudo.
Ela aceitou e fomos ficando cada vez mais próximos.
Mas como sempre, eu com os meus problemas, nada nunca iria dar certo.
Então depois de uma longa jornada juntos, eu chamei ela para conversar e pedi para que fossemos apenas amigos e assim ficou, ela não entendeu o motivo, até porque eu nunca expliquei o motivo.
(Eu não queria que chegasse ao ponto dela se importar tanto comigo ao ponto que estava chegando).
Mas tudo continuou seu percurso.
Terminamos, continuamos amigos sem problema nenhum, mantivemos contato… Tudo normal.
Um dia ela me ligou no meio da madrugada, chamada de vídeo, eu estava cheio de problema pra resolver na minha própria mente, pelo menos é isso que eu penso para tentar aliviar a minha culpa.
Então no dia seguinte, eu recebo a notícia através da Eduarda de que a Liao avia se suicidado.
Não deu um milésimo de segundo e tudo à minha volta começou a cair, eu simplesmente fiquei paralisado, sem saber oque fazer, sem saber oque sentir, sem saber oque aconteceria dali em diante.
Sentindo culpa, sentindo raiva, sentindo tristeza, sentindo tudo, menos luto.
Tudo oque eu queria era ir ao enterro, conseguir ver ela uma última vez, mas eu fiquei sabendo tarde de mais, o enterro já tinha sido feito.
Eu não sei como, não sei quando, não sei o porque, mas a partir daquele momento, eu passei a parar de sentir.
Foi a última vez que eu dei um abraço na minha mãe, foi a última vez eu disse te amo para qualquer pessoa à minha volta, pra mim, tudo tinha acabado, uma segunda vez.
Parei se sentir principalmente empatia.
Eu cheguei à escola e sentia que todos olhavam pra mim, todos me julgavam, todos sabiam oque tinha acontecido.
Todo mundo sabia que a culpa era minha.
A culpa ainda é minha.
Nunca deixará de ser.
E todos sabem disso.
Professores vinham me dar os pêsames e eu sorria dizendo que tudo estava bem.
Desse dia em diante, eu comecei a me isolar, a ficar cada vez mais e mais sozinho.
As únicas vezes que eu aparecia eram em festas para beber, festas escondidas para fumar maconha e fugir da minha rotina.
Qualquer coisa que envolvia entorpecentes e álcool eu tava dentro.
Dynoro, Gigi D’Agostino – In My Mind
Isso não durou muito…
Meu avô foi diagnosticado com câncer, ele era uma pessoa incrível, inteligente, estudioso, espiritual.
Uma das melhores pessoas que eu já conheci na minha vida, atencioso, quando não tinha ninguém por perto, sempre falava que me amava e que estava ali para oque eu precisasse.
Sempre conversávamos muito sobre espiritualidade e adjacentes, ele sempre dizia que eu teria muito sucesso e eu teria que estudar muito para conquistar as minhas coisas, certas coisas eu não entendia oque ele dizia, ele dizia que eu tinha um dom que muitas pessoas matariam para ter.
Um certo dia eu contei sobre uma paralisia do sono que eu tive pra ele…
Eu tava na cama, e acordei de madrugada, vi um menino idêntico à mim, pálido, com um tom de pele parecendo um cadáver. Ele surgiu me observando pelos cantos da cama, então foi à porta, e continuou a me olhar. Depois de um certo tempo ele ficou com medo de algo, e se escondeu completamente sussurrando, “cuidado, é melhor que você não se mexa agora, confie em mim.”
E então começou a se materializar um bode pegando fogo com as pernas cruzadas e braços pra cima, pelo branco, olhos normais de bode, não avia som de queima, não havia cheiro de queima, era apenas um bode com as pernas cruzadas e braços pra cima pegando fogo e flutuando.
Então eu comecei a não sentir nada, não sentia emoções e ficava só ali, olhando e me perguntando porque aquilo estava acontecendo, oque era aquilo?
E ele ficou um bom tempo, só me olhando, só esperando que eu fizesse algo, flutuando e pegando fogo ele começou a abrir sua boca, então eu comecei a ouvir os gritos que saiam de sua boca.
Ele continuou parado, ao pé da cama, apenas queimando e gritando por um longo tempo.
Então eu comecei a sentir a presença da mesma mulher que sempre estava comigo durante as noites ruins e simplesmente fechei os olhos e voltei a dormir.
Nesse dia, enquanto eu contava, as portas se batiam, as cortinas voavam sem vento algum, e eu enxergo a moça claramente pela primeira vez…
Cabelos pretos e longos, pele mais clara que a neve, vestido branco e longo, rasgado nas barras.
Nariz perfeito, olhos escuros e com uma feição de que eu estava fazendo a coisa certa, então continuei contando oque aconteceu.
Fomos à sala e fizemos uma oração, ele colocou a mão sobre a minha cabeça no meio da oração e começou a falar umas palavras que eu não entendia, então uma ventania se aproximou e de repente tudo se cessou.
Me sentia diferente, mais leve, mais solto, mais eu mesmo…
Desde desse dia eu não tomei mais nenhum remédio para depressão, as coisas começaram a fluir, não sinto mais vontade de fumar maconha nem de beber desde esse dia…
Agora eu bebo só quando tem mais alguém bebendo comigo e se eu bebo, é porque a pessoa pediu para que eu a acompanhasse, ou uma ou duas latinhas de cerveja casualmente e acompanhado.
Comecei a conseguir controlar melhor minhas emoções, (eu fui diagnosticado com Borderline).
Minha bisa em seu leito, olhava pra mim e perguntava quem eu era, ela não se lembrava de mim, eu dizia o Júnior vó, filho da Sandra e por um breve momento ela se lembrava, isso já era recorrente de se acontecer.
Então ela olhava para a porta do banheiro e dizia, “tem um homem ali, manda ele ir embora por favor.”
Então eu disse à ela que era pra ela ficar tranquila, e que tudo iria passar em breve, ela ficou tranquila.
Ela olhou meu rosto e disse as palavras “Desculpa, eu não me lembro de quem você é, mas os anjos estão me dizendo que Deus Diz que você terá um grande um futuro”
Eu acabei por não responder, então ela complementou…
“Deus tem um grande caminho traçado pra você, só confie nele, as coisas vão melhorar.”
Então eu respondi com “amém”.
Me despedi dela e fui embora.
23° Memória
Giulia.
Festa da Etec, fui ver a apresentação de uma amiga, Larissa.
Me deparei na frente dessa moça, Giulia, quando eu percebi já tínhamos trocado Instagram e tudo.
Chegando em casa, trocamos algumas mensagens, marcamos de sair, saímos algumas vezes, mas eu não sentia oque procurava.
24° Memória
Estávamos em uma festa de escola, eu estava ficando com uma menina chamada Luiza.
Eu já tinha saído de outra festa, então eu já estava muito bêbado.
Era uma festa à fantasia, eu estava com um macacão da La Casa de Papel.
Cheguei e comecei a subir às escadas, ouvi muitas pessoas gritando meu nome, coisa de adolescente.
Então cumprimentei todo mundo.
Eu conhecia todo mundo que estava lá, mas uma pessoa me chamou à atenção, uma pessoa que eu nunca tinha visto, nunca tinha ouvido falar, ou apenas não me importei com a presença em nenhuma das outras ocasiões, mas nesta ocasião em específica, meu amigo, sabe quando o coração bate mais forte? Pois é… Rafaela Friess Ferreira.
Fui cumprimentar a Gabriela 2, conhecida mas ainda não amiga.
Ao lado dela, estava uma moça aparentemente, para mim, desconhecida por todos.
Mas na real conhecida por todas as conhecidas e desconhecida por mim.
Rafaela Friess Ferreira, fantasiada de Pennywise, lá estava ela, o tempo inteiro ao meu alcance, o tempo inteiro à minha frente, à todo o tempo um passo de distância.
Quando fui cumprimentar, senti algo diferente, mas não em minhas emoções e sim em suas intenções.
“Foi amor à primeira vista”, diz ela depois de tantos anos.
Na quele dia reparei na presença, soube que ela existia, mas não fiz nada.
Apenas observei, e deixei o tempo fazer seu trabalho.
Até porque, eu já estava acompanhado de uma bela moça aquele dia.
25° Memória – Começo e recomeço de tudo
O tempo passou…
Um aniversário surgiu, sozinho e sem acompanhante.
Subindo as escadas, logo de cara eu vejo uma linda moça, igual um anjo, sentada, tomando sua bebida…
Rafela Friess Ferreira.
Me sinto paralisado te olhando, mas contínuo andando para ninguém reparar na minha magnitude surpresa em te reconhecer daquela fantasia.
Fico no canto para conseguir ficar fumando meu cigarro sem incomodar ninguém, não converso com ninguém, não falo com ninguém, fico só com minha vodka e meu cigarro no canto, esperando e observando.
Percebo que ela fica tentando puxar assunto comigo, em todas as oportunidades, sua amiga que já não lembro o nome, fica me enchendo o saco, o tempo inteiro, fazendo perguntas e tentando flertar comigo.
“Sabia que esse cigarro preto é de Pomba Gira né?”
“Eu não sei você, mas eu acho que eu não sou uma Pomba que Gira”
Eu respondo tentando parecer sem graça, para ela ir embora logo e me deixar quieto, mas ela cai na gargalhada e eu fico apenas em silêncio, então ela vai embora.
Passado um tempo, a moça linda vem em minha direção, e pergunta que cigarro que eu tô fumando.
“De cravo” Eu respondo.
Antes de ouvir sua resposta, ouço de fundo – “Não Rafaela, não faz isso, se não eu vou ficar brava”
Gabriela 2 diz para a Rafaela.
Eu apenas sorrio para a bela moça, entendendo suas intenções.
Então ela pergunta “Tá bebendo oque?”
Então lhe ofereço um pouco da minha bebida…
Ela faz uma cara de que não está desgostando e dá um gole em seguida da sua batida de maracujá.
“Que porra é essa? É só vodka essa merda?” e começa a dar muita risada.
Eu sorrio digo “Tá forte? Acho que eu não sei fazer drink” e complemento com um risada.
Então montam um roda, não lembro como foi a brincadeira, mas era alguma coisa de verdade ou se não quiser falar toma um shot.
Todo mundo vai para outro lugar por algum motivo, lembro da Letícia 1 pegando meu maço porque eu tava fumando muito.
Eu perguntei pro André, “Vamos na rave quando?”
Então, não deu tempo nem do André responder e ela já disse logo de cara “Quando vocês forem me chama” Ela estava sozinha lá no fundo, só ouvindo a nossa conversa.
Então eu já emendei “Passa o seu contato que ai quando a gente for eu te chamo”
A partir daí o tempo fez o seu trabalho.
Sumimos no meio do aniversário, fomos nos conhecendo com o tempo, tivemos nossas falhas mas ajeitamos o mais rápido possível para não perdermos um ao outro.
Ela me mostrou novamente oque é sonhar, oque é ter um objetivo, um propósito, um mundo, uma vida, ela me fez retornar para a realidade.
Comecei a me dedicar à música desde então, ela me ajudou a reconhecer essa minha paixão.
Ela me fez ver que eu tenho futuro desde que eu me dedique para isso.
Então, começamos a ficar, depois ela me pediu em namoro, e agora estamos noivos com uma filha.
No momento, são elas duas que me fazem persistir e continuar em frente.
Lutando e quebrando a cabeça para conseguir conquistar tudo aquilo que eu sonho, ajudando e lutando por aquilo que nos merece ser conquistado.
Parte boa da minha trajetória
Como todas as vidas existentes, existem males, também existem coisas boas.
E é aqui que tudo realmente começa a fluir, que eu me sinto eu, que eu estou disposto à largar tudo em minha volta para cuidar da minha família.
E é assim que começa…
Sempre fui muito privilegiado, boa escola, computadores, celulares, festas de aniversário, passeios, passeios escolares, sempre pude sair pra onde quisesse sem problema algum, reforços para escola, tudo em questão de qualidade de vida eu sempre tive, nunca faltou nada em nenhum momento, mas as coisas começaram realmente a melhorar por volta desses anos que o meu ex padrasto sumiu de nossas vidas, começou tudo a andar finalmente, comecei a me sentir mais leve, mais apto à novas experiências, comecei a perceber toda a rede de apoio que eu tinha em minha volta, meus amigos e amigas sempre do meu lado, me dando força e me ajudando à lidar sempre, com tudo que eu estava passando, comecei a ter uma visão mais limpa, comecei realmente a enxergar cores de novo, descobri algumas paixões dentro de mim graças à minha esposa…
- Música
- Modelagem 3d
- Programação
Antes eu só pensava em fazer dinheiro, era apenas, dinheiro, dinheiro, dinheiro, não pensava em outra coisa, eu nunca tinha parado e pensado oque eu realmente gostava de fazer, então comecei a estudar, coisa que eu nunca feito antes, nunca tinha estudado conhecimento, todo meu tempo em estudos foi basicamente em fórmulas de ganhar dinheiro sem conhecimento, coisas que por exemplo hoje já não funcionam mais…
Música
Comecei a ter interesse por produção, comecei assistindo alguns vídeos por incentivo da minha esposa…
Fui seguindo tutorias atrás de tutorias, Produzindo um pouco mais a cada dia, nunca estive e ainda não estou em um nível excelente, nem se quer intermediário eu acredito… Mas é algo que eu gosto, eu produzo de ouvido usando apenas samples ainda, ainda estou à procura de algum bom curso com o preço bom para cair dentro até o final…
Eu passava o dia inteiro e a noite inteira, virava o dia produzindo, aprendendo e absorvendo os meus erros, fui melhorando e melhorando, eu não estava pensando em objetivo algum, estava apenas gostando muito de aprender, tipo… Muito.
Depois de 1 ano produzindo eu consegui o objetivo de muitos músicos por ai, 10k de plays no YT e quanto eu menos esperava bateu 20K… E sem objetivo, apenas produzindo por gostar mesmo, nunca foi a minha intensão chegar nesses números, mas eu fiquei muito feliz, e a minha mulher realmente me reconheceu sabe, ela demonstrou que realmente acreditava em mim.
Sabe a música Shanti do Chapeleiro?
Então… Eu “Produzi” uma música que coloquei o mesmo nome que a música dele “Shanti”, usando a mesma sample.
Mas não foi por ter gostado nem nada tipo, eu produzi e postei primeiro que ele, quando eu descobri que ele tinha feito uma música com o mesmo nome que a minha e a mesma sample que eu usei, eu pulei cara, não achei que ele tinha me copiado nem nada do tipo, eu me senti inspirado sabe, Chapeleiro é o cara que eu mais admiro na cena do Psy, não preciso nem explicar o porque, eu senti que eu estava realmente no caminho certo.
Tipo assim: Tive a mesma ideia que o cara que eu mais admiro dentro da cena que eu mais gosto, primeiro que ele, achei a sample primeiro que ele, produzi primeiro que ele e ainda postei primeiro que ele. (Não estou dizendo que sou melhor nem nada, mas foi uma sensação muito foda)
Discotecagem
Depois dessa curiosidade com o Chapeleiro eu comecei a me perguntar… “Porque eu não faço um curso de dj? que é mais barato, mais rápido, mais fácil, mais legal…”
Então a minha mulher começou a me incentivar à fazer o curso, mas eu tava montando um pc então eu tava sem grana, ela foi lá e pagou o curso pra mim, mas tinha um problema… tava difícil achar uma turma de dia da semana à noite, então optei por fazer de sábado, (eu trabalhava de sábado).
Eu precisava sair 20 minutos mais cedo para conseguir chegar ao curso à tempo, minha chefe não queria deixar eu sair 20 minutos mais cedo, então eu achei outro trampo e ralei de lá. não cumpri aviso nem nada.
Comecei no outro trampo, era um trabalho de máquina e comecei a ter um problema nas costas por pegar muito peso, então minha chefe falou para eu não ir mais, e descobrimos que a minha mulher estava grávida.
Quando a minha filha estava para nascer, eu consegui uma entrevista de emprego no meu trabalho atual, passei e consegui fazer meu curso sem problema algum, estável, tranquilo e com tudo certinho.
Foi arriscado, foi uma escolha de tudo ou nada, mas minha mulher sempre me incentivou em cada decisão, em cada decisão que eu tomei tinha a mão dela, me dando força para conseguir dar mais um passo.
Atual
Nos mudamos recente, estamos com a nossa casinha, só eu, minha mulher e minha filha;
Estou esperando um pouco para voltar a produzir, tudo que eu faço atualmente eu não gosto, então estou esperando uma grana para conseguir fazer um curso.;
Tô fazendo Faculdade de Marketing Digital e finalizei 2 cursos de marketing digital…
Um deles foi curso de vender curso e outro foi de Marketplaces, que é com oque eu estou trabalhando atualmente, inclusive, muito obrigado pelo curso chefe, eu adorei de mais!;
Tô fazendo curso de programação full stack focado em java;
Tô estudando modelagem 3d;
E tô esperando a prova de belas artes para entrar em desenvolvimento de jogos.
Sem contar os projetos como Dj, ainda tem muita coisa pro vir!
“Quando um sonho germina na mente de um sonhador, não existe um alguém que tire a semente da mente do mesmo, mas à aquela que rege e regue seus frutos”
– DJ Okitto, Leandro de Moura Angare Junior.
Ressalvas
- Vale Ressaltar que não está em ordem cronológica;
- Deixei a última parte, que seria a melhor, um pouco mais vaga, para ter oque contar ao vivo;
- Qualquer pessoa citada que não queira seu nome no artigo, por favor, entre em contato que eu retiro.
Contato
WhatsApp: +55 11 97329-0438
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